quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Cores

Estou rodeado de cor. 
Estou cercado de vida. 
 Estou cheio de um ardor 
Desta cor incompreendida. 

Ver apenas preto e branco 
É esquecer a minha existência, 
Mesmo que nada seja tanto, 
A falta de tudo é uma ausência.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A minha Sombra Sou Eu

A minha sombra sou eu, 
Se caminho, não sigo meu 
Toco-me e não me atinjo 
Em cada passo apenas finjo

Encho a sombra de uma alma vazia,
Já nem sinto vir o dia,
nem sei se a noite passou
Fico na sombra em que vou

Vazio

Metade vazio,
Outra metade cheio de nada,
Balança num fio,
Uma sombra rasgada.

Este corpo de ausência imensa, 
Ainda que cheio de mim,
perde-se na indiferença,
de querer ser, ainda assim.

Sem interesse de Pensar

Confuso, negro e baço
Um espectro de íntimo cansaço
Fixo, num olhar lento,
O vazio do meu pensamento

Não interessa, nada interessa
Nem eu me quero interessar
Fico aqui sem alma nem pressa
Sem interesse de pensar

Perdido de Mim

Sigo, dou passos sem direção, 
Não sei se estou ou me quero perder
Sigo, no meu sossego de resignação
E nele fico, sem me querer entender 

Caio e não me levanto, ali fico,
Deixo a minha sombra seguir, 
Que segue no meu corpo cínico 
E parte sem saber para onde ir 

Fico e parado observo-me cego,
Vazio, e caminhando, ainda assim,
Enchendo de nada o meu ego,
Já certo, que perdido de mim.