domingo, 2 de outubro de 2011

Perto da Chama

Enquanto o céu foi chão,

E o fogo enganou a razão
Do sonho julguei ser rei ,
Sem saber quando acordei.

Numa estranha espiral
Sem começo ou final,
Um querer de ti, um desejo
Do calor afável do teu beijo…

Bate, tão perto da chama,
Está, tão longe de quem ama,
Ardendo sem qualquer ardor
Eras minha quando eu sonhador




terça-feira, 19 de julho de 2011



Parei… Apareceu, já sem disfarce,
E se um simples olhar bastasse…
Não sou, não posso ser…é ilusão…
Não serei, e se o for, serei em vão!
Como poderia? Sou apenas eu,
Nem sei quanto de mim é meu…
Amor, tem tanto de Humano
Como de um grande engano


terça-feira, 10 de maio de 2011

Passos perdidos, onde desfilam visões
Onde certezas são vastos turbilhões
Palavras que nunca disse voam em ventos,
Gestos que nunca fiz são meros pensamentos

Deste meu existir, dorido, meio partido,
Minha luz, nesse teu mágico olhar... vago... querido...
Afastando estes meus fantasmas da minha alma,
Que atormentam minha palpitação, já nada calma.

Qualquer caminho, sombrio ou sem fim,
Terás sempres parte, ou restos de mim
À brisa, que me beija, deixo meus lamentos
É apnas mais um destes dias nevoentos...

Eu sei... tu sabes... meus gestos são afagas...
Fingirei que não escrevi estas palavras,
Tu fingirás que não as leste, mas eu sei...
E tu sabes... que todo amor é mais que falei

terça-feira, 26 de abril de 2011




Aconteceu, mais uma vez...

Sinto-me num jogo de xadrez,

Indeciso, atenção permanente,

Sabendo que no fim perco sempre


Trespassado pela espada da tristeza,

Caído, ferido, sem qualquer defesa,

E engolido pela dor... tão absurdo...

Já cego e surdo, perdendo tudo


Uma lágrima, um último suspiro,

Levado pelo nada que respiro…

Vem… pisando branco ou preto,

Te darei, este palpitar de segredo

Batendo, forte ou fraco, se escondeu,

Cada pulsar é mais teu que meu,


De tudo, que é nada, e tudo é ilusão

Nesta penumbra, resta-me a tua visão,

Arranco a lâmina, fria e cortante

Fica a cicatriz e a dor agoniante

Neste corpo tão meu como inútil

Este amor, tanto de grande como de fútil.


sexta-feira, 8 de abril de 2011



LUA
Lua que vai, vem e volta,

Como amor que foi e se revolta
Em mares rios ou lagoas
Espelhos ou simples pessoas,
Vem, sem sentir, simples e nua,
E flutua... sendo apenas lua.


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Entre a Espada e a Parede
Lágrimas percorrem-me dia após dia,
Temo ser, apenas, uma sombra da paixão
Que me percorre a frágil alma vazia,
Na lágrima de amar a diva da perfeição

Paro, para ouvir o meu coração bater,
Sei que nada me pode matar a sede,
Posso fugir do fogo mas continuo a arder,
É como estar entre a espada e a parede...

Chegas-te, e levas-te contigo o meu chão,
Piso o nada, e perco-me no passo que se sucede,
Vacila o coração, não sei que outras sombras virão,
É como estar entre a espada e a parede…

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Veio na Onda
A onda que invade o vazio,
Dá cor à pálida e seca areia,
A salgada orla do mar frio
Que aquece o olhar que vagueia

Mãos cerradas e o olhar perdido,
É saudade, encontrada na miragem,
Num falso palpitar curto e ferido,
É tudo apenas a tua imagem

Vem na onda, um pedaço de nada
E leva ela, uma parte de mim
Sobra em mim, minha parte amaldiçoada,
És tu, um mar, um jardim, sem fim...